Está na moda muitos jovens brasileiros se reunirem em grupos para tragar a fumaça produzida pelo narguilé. Dividem o bocal do aparelho e ficam um bom tempo conversando e fumando. O tabaco para o narguilé é produzido pela sua fermentação com melaço, glicerina e essências de fruta, o que lhe garante um gosto adocicado e um aroma suave. Quando comparado ao tradicional cigarro, muitos acreditam que este hábito faz menos mal para a saúde, uma vez que o tabaco é filtrado pela água e a fumaça também fica mais “fria”. Grande engano. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o INCA (Instituto Nacional do Câncer) estudaram o tema e revelaram que uma roda de 20 a 60 minutos inalando a fumaça do narguilé equivale a fumar uns 100 cigarros. Como o tabaco produzido para o narguilé normalmente tem um sabor adocicado, as pessoas conseguem fumar por muito mais tempo. A média de consumo situa-se em geral em torno de 1 hora. A fumaça do narguilé é composta pelo carvão, utilizado como fonte de calor, e pelos produtos do tabaco e aromatizantes. O grande problema é que esta fumaça possui em média aproximadamente 140 substâncias tóxicas, dentre as quais se destacam a nicotina, o monóxido de carbono, metais pesados (arsênico, cromo e chumbo, por exemplo) e outros produtos cancerígenos. Segundo a OMS, a fumaça do narguilé geralmente contém o dobro da quantidade de nicotina e de 10 a 30 vezes mais monóxido de carbono que a fumaça do cigarro. Importante saber que estes estudos foram feitos com base não somente na pesquisa de composição comparativa das fumaças, mas principalmente com base nas dosagens laboratoriais realizadas no sangue e na urina dos usuários de narguilé e de cigarro. Dentre os malefícios estão a incidência de infarto, problemas pulmonares, disfunção erétil e vários tipos de câncer, afeta a saúde dos dentes e da cavidade bucal.