Compostos naturais da pele de amendoim podem auxiliar na prevenção da diabetes e da obesidade. Esse é o resultado de um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP. De autoria do cientista de alimentos Adriano Costa de Camargo, o trabalho resultou em uma tese que segue a linha de estudos recentes e demonstra que subprodutos da indústria de processamento de amendoim e uva podem ser ricos em compostos bioativos. O que acontece é que esses compostos neutralizam a ação de radicais livres a partir da sua função antioxidante. Os radicais livres causam danos no DNA, que podem levar a modificações genéticas e progredir para um câncer, por exemplo. Além disso, o pesquisador afirma que os radicais livres também causam danos no LDL [colesterol ruim], o que desencadeia processos inflamatórios e a formação de placas nas artérias, o que pode prejudicar e até impedir o fluxo sanguíneo até o coração, podendo levar a um infarto. Quando ingerimos alimentos que contêm carboidratos (açúcares) e lipídios (gorduras), é necessário que haja quebra dessas moléculas gerando outras moléculas menores, que podem ser absorvidas e utilizadas pelo nosso organismo. Essa quebra ocorre a partir da ação de enzimas. Os compostos presentes na pele do amendoim se ligam a essas enzimas e é como se impedíssemos completa ou parcialmente a quebra dos açúcares e das gorduras. Neste caso, a diminuição da absorção de açúcares e gorduras pode ser benéfica para o gerenciamento e prevenção do diabetes e da obesidade, respectivamente. Outra ação comprovada em laboratório foi a atividade antimicrobiana.