Quem tem criança em casa já deve ter ouvido falar da nova sensação da internet, o slime, ou, na tradução literal, a geleca caseira, também conhecida como amoeba. A brincadeira ficou tão popular que vídeos novos de receitas coloridas da massa grudenta estão entre os mais acessados no Youtube. Entretanto, por trás da promessa de diversão do estica e puxa se esconde um perigo para os pequenos. A composição da receita costuma levar cola, ácido bórico (ou água boricada) ou bórax (Borato De Sódio), espuma de barbear e até sabão em pó. O brinquedo feito em casa não é seguro. Em nenhuma hipótese crianças devem mexer com água boricada. A substância, de alta toxicidade, pó ou líquido (água boricada), pode irritar a pele, a via respiratória e causar dano pulmonar, dependendo das condições de uso, concentração do produto e tempo de exposição. Os riscos vão de dermatites até reações alérgicas mais severas, como queimaduras na pele e problemas nos olhos. As gelecas industrializadas oferecem menos riscos à saúde por conterem proporções fixas e seguras dos compostos químicos. Além disso, os brinquedos também possuem registros de órgãos regulatórios. Em todo caso, a supervisão do adulto é indispensável, pois há risco de ingestão e deglutição para crianças pequenas, já que as gelecas são coloridas e atrativas. Ainda que o preparo da geleca faça parte da brincadeira, é mais seguro trocá-lo por outra atividade em que a criança possa colocar a “mão na massa” utilizando ingredientes comestíveis, sempre sob a supervisão de adultos, e sem cola ou água boricada. Entretanto, o consumo ou o descarte deve ser realizado em até 24 horas, quando se usa ingredientes perecíveis como farinha, maisena, ovos ou leite de coco (para massas doces).