Sessão: gestação @benicio.ferrari
O período pré-concepcional é igualmente importante em termos de adequação nutricional de certos elementos, cujo papel será essencial logo nas primeiras semanas de desenvolvimento intrauterino e cujo défice se traduzirá em prejuízo irrevogável na maturação de várias estruturas essenciais do feto, nomeadamente o sistema nervoso. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 13% da população mundial está afetada por doenças cuja etiologia é a falta de iodo. E tem indicado que toda mulher que esteja tentando engravidar ou que já esteja grávida tome um suplemento de iodo para proteger o bebê. Em termos obstétricos, a carência de iodo por parte da mãe aumenta a probabilidade de abortos, infertilidade, complicações na gestação e o mau funcionamento da tireoide. Para o feto e recém-nascido, a exposição insuficiente a uma quantidade adequada de hormônios tireoidianos, primeiro maternas e depois do próprio, tem sido associada a um condicionamento marcado quer do seu crescimento bem como do seu desenvolvimento cerebral, com a perpetuação de défices cognitivos que o acompanharão durante toda a vida. A quantidade recomendada de ingestão de iodo na gravidez é de 200 a 250 mcg por dia. O iodo pode ser obtido na alimentação, mas nos casos de carência, é comum a suplementação diária com 150 a 200 mcg de iodeto de potássio. Os alimentos com iodo são, principalmente, os alimentos de origem marinha, como peixes, frutos do mar e mariscos, mas também em ovos e o sal iodado. A suplementação tem que ser prescrita pelo médico ou nutricionista e pode ser iniciada antes da concepção e ser necessária durante toda a gravidez e enquanto a alimentação do bebê for exclusivamente o leite materno.